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Foto: Vinicius Xavier |
Uma noite dedicada a mergulhar nas matrizes culturais brasileiras é o que promete o cantor e compositor Mateus Aleluia através do projeto 'O Canto dos Recuados', que será realizado na sexta-feira (25), às 20h, no Centro Cultural Plataforma, em Salvador. Trata-se de um espetáculo musical, pedagógico e visual que apresenta questões sobre a miscigenação das culturas indígena, africana e barroca, a fim de sensibilizar o público para uma abordagem consciente sobre a história do povo brasileiro. A entrada é gratuita e a classificação é livre.
Toda apresentação é baseada no vasto repertório musical de Aleluia, desde seu trabalho autoral em 'Os Tincoãs', até o mais recente disco, 'Cinco Sentidos'. O cantor ainda leva cânticos de domínio popular, canções indígenas e samba de roda, e promove intervenções para apresentar um pensamento sobre temas específicos da história dos povos que aqui se encontraram, formando o Brasil. Com o auxílio de projeção de imagens diversas, bem como de trechos de filmes, o show vai articular diversas linguagens, provocando a plateia a desenvolver um questionamento consistente sobre os caminhos da nossa sociedade. Essa primeira edição do projeto 'O Canto dos Recuados' é realizada pela Sanzala Artística e Cultural e conta com patrocínio da Bahiagás.
Natural de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, Mateus Aleluia é compositor, cantor e instrumentista. Juntamente com Dadinho, ele é remanescente do grupo vocal 'Os Tincoãs', que trabalhou, por meio da música, o sentimento ancestral que temperou o perfil cultural da região, em geral, e da cidade de Cachoeira, em particular. Esta mescla de cultura responsável pela amálgama dos hábitos do município explodiu através do grupo em sua fase afrobarroca, sintetizado em cinco LPs, quatro compactos e algumas participações especiais.
Idealizador do projeto 'O Canto dos Recuados', Aleluia desenvolveu um roteiro que tem como foco a mestiçagem artístico-cultural brasileira, ressaltando como o fio condutor deste processo a cultura e a história da África. Muito desse olhar se deve à sua estadia em Angola, onde viveu desde 1983 até anos recentes. O Centro Cultural Plataforma é um dos 17 espaços culturais administrados pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult).