Foto: Reprodução

Todos os dias indo para o trabalho sempre observava uma senhora que fazia uma caminhada solitária, vestida dos pés à cabeça com as cores do time do Bahia: boné, camiseta, calça, tudo tricolor. Hoje tive uma surpresa ao vê-la; estava vestida do mesmo modo, porém as cores tinham mudado para a rubro-negra, cores do Vitória e mais: estava acompanhada. Então fui pensando por todo o trajeto o que teria ocasionado aquela mudança, afinal foram anos vendo-a caminhar de azul, vermelho e branco, e sozinha? Como não a conheço e nunca parei para falar com ela, não sei de sua história de sua vida, então me resta aventurar nas conjecturas.

Será que foi por amor que ela mudou? Será que foi uma promessa? Ou será que foi uma desilusão? Infelizmente não tenho essa resposta, mas, independente do motivo, acredito que qualquer mudança em nossos hábitos, em nossa forma de agir e pensar, deve ser motivada pela nossa vontade e real necessidade de mudança e não para agradar alguém ou para se sentir aceita. 

Uma mudança forçada acontece muito nos relacionamentos, quando, iludidos pelos sentimentos, achamos que devemos sempre agradar o outro até mesmo se anulando. Acontece também em algumas relações superficiais de amizade, quando um sente uma necessidade de se impor ou de ser melhor que o outro. Ainda existem as mudanças que surgem fora de nosso controle, ocasionadas pelos desígnios da vida, por ausências, falecimentos, distanciamentos, perdas, mas até mesmo estas necessitam de nossa força de vontade para darem certo.

Mudar, transformar, reinventar, recomeçar, sempre é bom, sempre é válido. Porém, é importante que esse querer seja movido pelo coração ou pela razão.