A Prefeitura de Salvador está em fase final das obras de um projeto piloto de jardim de chuva, na Pituba. A estrutura de drenagem é uma solução baseada na natureza, a primeira do tipo em área pública em Salvador. A previsão é que o projeto seja concluído nesta sexta-feira (16), quando também será lançado, a partir das 8h30, no canteiro central da Rua Anísio Teixeira, na Pituba.
Executada por meio da Secretaria de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), com o apoio de outras secretarias e órgãos municipais, a intervenção é parte de um projeto para capacitação e disseminação de soluções baseadas na natureza, em Salvador. O local de implantação, um canteiro central na Rua Anísio Teixeira, foi escolhido por ser uma área de recorrência de alagamentos pontuais, com condições favoráveis de implantação.
A ideia é que o piloto seja uma oportunidade de monitoramento e aprendizagem sobre o funcionamento da solução. O jardim de chuva é uma infraestrutura verde que permite a infiltração da água da chuva no solo e a recarga do lençol freático. Esse tipo de intervenção também é chamado de solução baseada na natureza (SBN), e complementa os sistemas tradicionais de drenagem, aprimora a qualidade da água, atenua a perda de biodiversidade e embeleza o ambiente urbano.
"O jardim de chuva traz uma alternativa de microdrenagem que se encaixa muito bem em cidades como Salvador, porque ajuda a reduzir os problemas com alagamentos, melhora a qualidade de águas pluviais, além de contribuir com o meio ambiente e com o bem-estar da população", diz a titular da Secis, Marcelle Moraes.
Capacitação – Para a implantação do projeto, o corpo técnico passou por sete encontros, focando em diversos pontos necessários, como a escolha do local, dimensionamento, estruturação de elementos técnicos que compõem o jardim, como a escolha dos substratos, entrada e saída de água, materiais de interligação e suporte com redes de drenagem, vegetação que será utilizada e a manutenção de jardins de chuva. O último treinamento será prático e acontecerá no local nesta sexta-feira (16), com a presença dos multiplicadores das secretarias municipais envolvidas no projeto.
Os multiplicadores receberão a consultoria das empresas Geasa Engenharia, Fluxus Design Ecológico e Piso Verde. As capacitações e o projeto-piloto foram viabilizados pela iniciativa Cities4Forest, da qual Salvador é membro fundadora desde 2018, em parceria com o instituto de pesquisa WRI Brasil, a C40 Cities e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).
"A capacitação de multiplicadores neste projeto-piloto foi um dos pontos de destaque, detalhando a importância das soluções baseadas na natureza para a construção de uma Salvador mais sustentável. Foram considerados diversos aspectos teóricos e práticos, além de mostrar como tais soluções já foram planejadas e implementadas em outras cidades ao redor do mundo, preparando nossos técnicos para o desenvolvimento do projeto e de outros que serão implementados", afirmou o subsecretário da Secis, Ivan Euler.
Desafios socioambientalistas – O Jardim de Chuva é uma Solução Baseada na Natureza (SBN) de microdrenagem, que promove a infiltração da água da chuva no solo, contribuindo para a redução de alagamentos, filtragem das águas e recarga dos lençóis freáticos. Favorece o ciclo hidrológico natural, a biodiversidade e as pessoas.
Trata-se de uma definição ampla de bioengenharia que contempla a ampla variedade de abordagens relacionadas aos ecossistemas e busca dar subsídios para questões e desafios socioambientais. As SBN podem ser utilizadas sozinhas ou de maneira integrada com outras soluções de engenharia clássica, contribuindo para um ambiente urbano mais sustentável, resiliente e saudável. Dentre os itens que compõem um jardim de chuva estão canaletas, pedras, vegetação, vertedor, cobertura do solo, zona de detenção, substratos e camada de armazenamento.