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Suburbana vai passar por obra de R$ 30 milhões para aliviar o trânsito

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Suburbana vai passar por obra de R$ 30 milhões para aliviar o trânsito
Foto: Almiro Lopes | Correio

O trânsito na Avenida Afrânio Peixoto, a popular Suburbana, passará por uma grande transformação que promete melhorar o fluxo de veículos na via, aumentar a segurança de pedestres e condutores e viabilizar o acesso de ciclistas, com intervenções em dez pontos num trecho de 13 quilômetros. Segundo a prefeitura, o investimento será de R$ 30 milhões, com entrega das obras prevista para abril. 


Serão licitadas as requalificações de nove pontos críticos na via levantados pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), autarquia vinculada à Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob). A décima mudança que irá melhorar o fluxo na via já está com obras em execução, no bairro de Plataforma.


Projeto


Parte do recurso será empregada no redesenho das estruturas que ordenam o trânsito (principalmente rotatórias), na sinalização e na ampliação da segurança do pedestre e do ciclista e na implantação de baias nas paradas de ônibus que devem reduzir o impacto do transporte público na fluidez do tráfego. O projeto ainda prevê, em alguns locais, novos abrigos e recuperação das calçadas em pontos de ônibus.


Além de promover maior bem-estar aos pedestres (é grande a movimentação de transeuntes na região), a prefeitura promete ampliar a fluidez que os motoristas têm na avenida (são poucos os pontos de retenção) e dar maior segurança nas manobras de retorno e acesso das vias marginais. 


Ciclovia


Algumas das intervenções vão atender todos os 13 quilômetros da Suburbana, como o recapeamento asfáltico, nova sinalização de trânsito e a reforma do canteiro central, que será alargado para ganhar uma ciclovia em toda a extensão. Alguns modelos de ciclovia foram estudados pela prefeitura, foi adotado um projeto em que a separação com a pista acontece com a elevação do terreno que servirá de caminho para as bikes.


A faixa para os ciclistas terá pouco mais de dois metros de largura, com sinalização a cada 30 metros. Já as faixas de pedestre que contam com semáforos e não estiverem em cruzamentos serão elevadas, como uma espécie de um redutor de velocidade comprido (são conhecidas como lombofaixas). Segundo a Semob, o plano de melhorias inclui – numa parceria com a Secretaria de Ordem Pública (Semop) – o aumento do controle sobre a ocupação e o uso desordenado das calçadas pelo comércio informal na área.


Sem os gastos com recapeamento, as obras em nove pontos da Suburbana devem custar R$ 13 milhões. O valor não inclui as obras do Largo do Luso, em Plataforma, que já estão em execução por conta de um contrato já vigente com a Transalvador.


As obras no local foram iniciadas em junho e seguem até outubro. Quem precisa passar pelo largo para seguir para os bairros de Plataforma, Rio Sena ou Alto da Terezinha enfrenta engarrafamentos frequentes, segundo os moradores. A ideia é desativar a rotatória e criar dois outros retornos - um na altura do Parque São Bartolomeu e outro no Posto Gameleira, distantes 1,5 quilômetro do atual ponto caótico. As obras estão orçadas em R$ 800 mil.


Expectativa


Quem precisa trafegar na Suburbana costuma conviver com congestionamentos e desorganização, sem saber nessa relação o que é a causa e o que é o efeito.  Em Novos Alagados, por exemplo, o ponto de ônibus próximo de uma madeireira fica logo depois de uma curva da avenida.


Os moradores reconhecem que em alguns horários, a parada do ônibus interfere na fluidez do tráfego, mas estão preocupados com a visibilidade da condução. “Não adianta recuar o ponto sem resolver os caminhões que ficam parados aqui. A gente já tem dificuldade de ver o ônibus na hora que está passando por causa disso”, pontua a comerciante e moradora do Lobato Leonora Almeida, 46. Apesar disso, ela defende a mudança. “Pode piorar a visibilidade, contanto que o trânsito melhore”. 


No bairro, Antônio Taxista (como gosta de ser chamado) precisa conviver diariamente com a confusão do local. Sua parada de táxi é na esquina da Rodovia Sambra. Quem quer sair de Jardim Lobato dessa rua para acessar a Rua Ana Piedade, sentido Campinas de Pirajá, trava uma verdadeira batalha com os imprudentes que invadem o sinal e com o fluxo normal do trânsito da rotatória.

“É muita desorganização. O sinal fecha e o motorista que tem a vez não consegue passar”. Em Periperi, uma mudança importante será na rua do SAC, que hoje é mão dupla e se tornará mão única, no sentido do centro do bairro. A mudança é recebida como positiva pelo motorista de ônibus Carlos Santos, 42. “Isso aqui trava o tempo todo. É ruim para o passageiro que tem seus horários para cumprir e para o rodoviário que também é trabalhador”, defende. 


O comerciante Francisco Bessa, 43,  conta que o aumento do número de veículos na região tornou o trânsito caótico e também espera melhoras com as intervenções. “Horário de meio-dia e aos sábados essa região da rotatória de Paripe é impossível passar. Eu evito”, diz Bessa, que chega a gastar meia hora entre o Mercado de Paripe e a Rua Almirante Tamandaré (trecho de 300 metros) em horários de pico.


Acidentes na via já deixaram  8 mortos e 78 feridos no ano


As mudanças a ser implantadas na Avenida Afrânio Peixoto, após intervenções como implantação de faixas elevadas para pedestres e novos semáforos, irão tornar a via mais segura para os usuários, segundo a prefeitura. Atualmente, a Suburbana é uma das mais letais da capital, com 78 feridos e oito mortos registrados até julho deste ano, segundo a Transalvador. Equivalente em extensão, também com cerca de 13 km, a Avenida Luís Viana (Paralela) registrou, no mesmo período, cinco mortes. 


Apesar de a Paralela ter mais registros de acidentados, também até julho – 135 contra 86 da Suburbana –, na via que corta o Subúrbio passam 24 mil veículos diário, nos dois sentidos, enquanto na Paralela esse fluxo é cerca de dez vezes maior.


Segundo a prefeitura, as obras anunciadas devem manter pelo menos duas faixas ao longo da Suburbana e, inicialmente, não se pensa em mudanças na velocidade máxima permitida na via, que é de 60 km/h. “As intervenções não incluem grandes estruturas nem desapropriações. São simples soluções de baixo custo, mas que terão um grande impacto principalmente na segurança da via”, acredita Fabrizzio Muller, superintendente da Transalvador.